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ESG no Agronegócio

O agronegócio tem sido a roda motriz da economia nacional. O constante aperfeiçoamento da atividade agrícola posiciona o país como uma das potências mundiais no ramo e o classifica como um dos maiores produtores e exportadores de diversos produtos. Em 2020, o agronegócio representou 26,6% do PIB nacional de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), agregando aproximadamente R$ 2 trilhões que refletiram em uma sustentação à economia brasileira dentro de um período de crise pandêmica.

Apesar da participação do Agro no PIB brasileiro estar quase alcançando os 30%, na bolsa de valores os números são muito mais tímidos, não atingindo 5% de market share.

Quando da análise de índices ESG esta participação é ainda menor. Os principais índices ESG, nacionais e internacionais, são essencialmente compostos por empresas de outros setores, muito devido à pequena exposição do agro nas bolsas. Além disso, índices ESG do Agro, como por exemplo o MSCI Agriculture & Food Chain, são majoritariamente compostos por grandes cadeias de alimento (Nestle, Mondelez, Danone, Sysco etc.) e empresas de fertilizantes (Nutrien, CA, e Corteva, US).

No Brasil, desde sua concepção, o índice MSCI Brazil ESG Leaders, composto por large e mid caps de empresas líderes em seus setores em alinhamento com práticas ESG, apresenta um desempenho 25% maior que seus pares, que compõe o MSCI Brazil. Além disso, o índice ESG mostrou volatilidade, downside risk e drawdown menores.

Sendo assim, o destaque na questão sustentabilidade no agro vem em grande parte das pequenas a grandes empresas de capital fechado, com algumas exceções: Bunge, Mosaic Fertilizantes, SLC Agrícola e Jalles Machado. As duas primeiras são renomadas multinacionais enquanto as duas últimas são empresas nacionais, tendo a SLC valorizado 580% desde seu IPO, e a Jalles machado tendo estreado na bolsa em fevereiro de 2021 (+26%).

Além do potencial para boas práticas no ambiental o setor vem se destacando nas questões de governança e social. Uma pesquisa do Great Places To Work (GPTW) entrevistou 65 mil trabalhadores do agronegócio e os resultados encontrados foram expressivos. 93% dos participantes declararam ter orgulho de pertencerem a empresa em que trabalham, enquanto 91% demonstraram terem seus valores alinhados com os da companhia em que atuam.

No tocante a resultado financeiro, a GPTW destacou que o retorno médio das empresas do Agro avaliadas na pesquisa foi de 15% contra 8% das empresas listadas na bolsa no período entre 2014 e 2020.

Em contrapartida, ainda existe um gargalo no campo: a inequidade de gênero: as mulheres representam apenas 28% da forca de trabalho. Se considerados os cargos de liderança os números são ainda mais alarmantes, sendo a participação feminina de 23% na média liderança e 11% em cargos executivos.

O cenário do Agro é positivo e tende a continuar em destaque no futuro próximo. Por isso, estamos enxergando um crescimento das empresas agro na bolsa de valores. Somente no ano de 2021 três empresas abriram capital na B3: a Jalles Machado JALL3, produtora de cana-de-açúcar, Boa Safra Sementes, SOJA3, produtora de sementes, e a Três Tento, TTEN3, sementes e fertilizantes. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Piracicaba (SP), está na fila, assim como a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA). O bom momento do agro deve impulsionar ainda mais o número de empresas agro no mercado, o que é benéfico tanto para tal indústria e o seu fortalecimento, aumentando a capacidade de captação, quanto para os investidores que terão mais opções disponíveis para investimento e diversificação.

Criado em 2005, o Indice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 foi 4º indicador criado no mundo para auxiliar investidores a escolherem empresas com alinhamento as práticas ESG. No período, o índice cresceu 27p.p. acima do Ibovespa.

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